Especialistas indicam o caminho para que os CIOs revertam os efeitos negativos do excesso de pressão
Atuar no departamento de TI sempre representou uma atividade estressante. Os profissionais do setor são o tempo todo desafiados a cumprir prazos, lidar com o inesperado e solucionar situações complexas. E o cenário só tende a piorar daqui para frente, por conta da demanda para que as áreas de tecnologia acompanhem o ritmo de retomada do crescimento das empresas, sem, na maioria dos casos, ter os recursos necessários para isso.
Para os CIOs, a capacidade de gerenciar equipes e ajudá-las a lidar com situações de pressão será um componente essencial para o sucesso em curto e médio prazo. O primeiro passo, aconselha o consultor em recursos humanos Robert Wong – considerado um dos 200 headhunters (caçadores de talento) mais influentes do mundo pela revista inglesa The Economist –, é entender que o estresse, em si, pode ser uma forma de motivação da equipe. Contudo, os funcionários têm um limite de cobranças aceitáveis, que, quando excedido, leva à falta de produtividade e de motivação.
“Outra questão é que cada pessoa reage de forma diferente a um mesmo tipo de pressão. Há os que se sentem revigorados, enquanto outros apresentam menos tolerância”, pontua Wong, ao apontar que o CIO precisa identificar os diferentes perfis da equipe e adequar as tarefas a cada um deles. Além disso, o gestor deve oferecer uma recompensa proporcional à pressão a que o profissional é submetido.
A professora de gestão de pessoas da Fundação Dom Cabral Aline Souki também defende que oferecer uma contrapartida para os funcionários que se sujeitam a situações de estresse representa um cuidado essencial para garantir os resultados da equipe. “Alguns se sentem mais motivados com recompensas financeiras, outros com o reconhecimento profissional”, pontua Aline. Mas ela alerta que a única forma de adequar os incentivos às demandas individuais é conhecer a fundo os interesses e os desejos de cada membro da equipe.
Interesses da equipe
A capacidade do CIO entender a equipe representa o grande segredo para reverter os efeitos negativos das situações de extrema pressão, pontua o sócio da consultoria Alliance Coaching, Silvio Celestino. “As empresas mais bem-sucedidas no mercado têm, em comum, um histórico de dirigentes humildes e próximos a seus subordinados”, elenca o especialista, que atua com o aconselhamento de altos executivos.
Wong concorda com essa necessidade do gestor desenvolver competências ligadas ao relacionamento interpessoal. Mas ele destaca que o interesse pelos profissionais da equipe precisa ser espontâneo, pois, só quando as pessoas percebem uma preocupação genuína de seus superiores, sentem confiança em suas decisões e vão apoiá-los em momentos de estresse.
Também em relação à capacidade de gerenciar expectativas, a forma de apresentar um projeto estressante pode minimizar os efeitos negativos sobre a equipe. Para isso, Celestino aconselha que os gestores não foquem apenas nos resultados esperados com a iniciativa, mas definam metas individuais para os profissionais, especialmente para que as pessoas enxerguem que trata-se de um esforço compartilhado. Além disso, todos os envolvidos precisam ter um cronograma de quanto tempo durará a iniciativa, para que a pressão seja encarada como algo temporário.
Cuidado na contratação
Saber de antemão como uma pessoa tende a reagir em uma situação de pressão não representa uma tarefa fácil. Mas as análises de algumas características pessoais podem ser levadas em conta na hora de escolher os profissionais mais indicados, de acordo com o professor de liderança e motivação do curso de pós-graduação do IBTA, Cleyson Dellcorso.
Em áreas de TI nas quais as equipes estão expostas a muitas situações de estresse, deve-se privilegiar indivíduos que sejam auto-motivados, com boa capacidade de avaliação e que lidem bem com críticas, aconselha Dellcorso. “Sabendo da recorrência de situações de pressão, o ideal é não contratar pessoas mal-humoradas e introvertidas”, diz.
O especialista acrescenta que pessoas pró-ativas e com conhecimentos mais generalistas tendem a se sair melhor em situações difíceis, pois suprem as lacunas da equipe de forma espontânea e, em vez de pensar somente na sua tarefa, pensam no sucesso do trabalho como um todo.
Fonte: Computerworld, Rodrigo Afonso
Muito bom o post, parabéns!
Obrigado Bruno, que bom que gostou! volte sempre! Abraço!