Em entrevista, autor de livro sobre o tema, Mark F. Weinstein, aponta quais são as manias mais comuns e prejudiciais ao desempenho dos executivos e mostra como eliminá-las da rotina corporativa
CIO/EUA Publicada em 22 de setembro de 2009 às 09h05
Além das dificuldades naturais dos momentos de crise, gestores e equipes enfrentam ainda o desânimo gerado pela desaceleração dos investimentos, adiamento de projetos e, muitas vezes, por cortes de pessoas. No entanto, de acordo com o autor do recém-lançado livro “Habitually Great: Master Your Habits, Own Your Destiny” (ainda sem versão para o português), Mark F. Weinstein, essa realidade pode piorar se,os líderes não mudarem algumas manias que, inconscientemente, os impedem de agir com base em dados claros e com foco no futuro.
Em entrevista, Weinstein aponta quais são os hábitos mais comuns e prejudiciais ao desempenho das equipes e como eliminá-los da rotina corporativa.
Quais são os maus hábitos que podem impedir os profissionais de evoluírem?
Há muitos exemplos e, principalmente em épocas de crise, eles se tornam ainda mais presentes no dia a dia das empresas. Atualmente, o mais preocupante é que gestores e equipes estão perdendo muito tempo apenas enquanto sentem-se desanimados – em relação a suas carreiras, à economia, ao futuro da organização.
Esse hábito de reclamar e estar sempre insatisfeito perpetua uma energia negativa no ambiente e cega os líderes, os quais acabam, fatalmente, perdendo o senso crítico e a capacidade de enxergar oportunidades. A falta de pensamento racional nessas épocas leva a cortes precipitados em custos que, em longo prazo, seriam essenciais para a recuperação da empresa na época de reaquecimento do mercado.
É possível quebrar um ciclo de maus hábitos? Como?
Sim, é possível. Qualquer pessoa, quando passa por um momento de dificuldade e desconforto consigo mesma – por estar reativa demais, manipulada por líderes de caráter duvidoso ou controlando equipes de competência razoável – tem a tendência de trazer à tona maus hábitos. Para evitar que isso aconteça é preciso ter paciência e consciência cognitiva para perceber o que, efetivamente, está errado. Não existe fórmula mágica para interromper a ocorrência de um hábito.
E quanto àqueles momentos de decisão absoluta de mudança, como acontece com as resoluções de Ano Novo?
As resoluções de Ano Novo nascem da inspiração e não da disciplina. A vontade original é louvável: mudar, quebrar ou criar um hábito. Porém, a empolgação da pessoa para a pessoa cumprir essas decisões, na prática, não é a mesma no dia a dia do que era no momento em que houve o comprometimento.
Isso porque a inspiração não leva a uma ação sustentável. A disciplina, sim. Por isso é preciso identificar o hábito do qual quer livrar-se e, então, estabelecer prazos para que isso aconteça.
Qual seria o melhor hábito para desenvolver se a intenção for turbinar a carreira?
Trabalhar em equipe é o melhor caminho para alcançar o sucesso profissional, uma vez que impulsiona as aspirações e acelera as possibilidades de atingir metas. Para trabalhar em conjunto é preciso confiar nos colegas e saber que, ali, sempre haverá alguém para ajudá-lo. Construir uma carreira com base no trabalho de equipe é mais divertido e traz melhores resultados.
Jamie Eckle, da CIO/EUA