Um novo olhar sobre a carreira requer conciliar melhor trabalho e vida pessoal
Com as constantes mudanças e busca de competitividade imposta pelo contexto empresarial, as organizações vêm percebendo que, devido à incapacidade de listagem das atividades e exigências de um cargo, faz mais sentido uma pessoa ser avaliada, remunerada e reconhecida pelo desenvolvimento de suas competências ao longo de sua carreira em vez das tarefas atreladas a sua função.
Na década de 1990, a internet e o celular encurtam distâncias, flexibilizam a jornada de trabalho, rompem as fronteiras das empresas e das carreiras. A abertura econômica e o controle da inflação marcam um novo estágio de desenvolvimento brasileiro. Nas empresas, as palavras-chave são competitividade e empregabilidade. Essas características tornam-se ainda mais refinadas no início do século 21, com novas demandas: a convergência das tecnologias, a mobilidade e a explosão das redes sociais.
No cenário em que 82,6% dos profissionais de recursos humanos acreditam que 2012 será um ano difícil para retenção de talentos e 63,6% consideram que as organizações em que trabalham não possuem líderes suficientes para sustentar a estratégia de crescimento nos próximos três anos, segundo a pesquisa Sonhos e pesadelos do RH, realizada com 379 profissionais que participaram do Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas (CONARH 2011). A principal resposta da gestão de pessoas para 36,7% deles seria a elaboração de planos de carreira atrelados a desempenho.
A possibilidade de carreira em uma organização, sem dúvida, é um fator motivacional e de retenção dos empregados; por esse e outros fatores, é interessante que a empresa se organize de forma a dar espaço de desenvolvimento para as pessoas e se estruture de forma clara para que esses profissionais tenham condições de entender suas possibilidades e então canalizar seus esforços de desenvolvimento na direção certa, por meio do conhecimento dos critérios de acesso a determinados níveis e noção de seu próprio desenvolvimento e desempenho.
Contudo, cabe aqui um esclarecimento acerca da palavra “carreira”, devido aos seus vários significados tanto nos jargões populares quanto na literatura acadêmica e empresarial. Ela pode ter significado de emprego assalariado, sentimento de pertencer a um grupo profissional, vocação (algo que alguém faz com alto nível de comprometimento afetivo) ou ocupação (algo que alguém faz por necessidade ou obrigação).
A palavra também pode ser usada, ainda, para determinar a posição de um profissional em uma organização (associada a passagens por diversos cargos na hierarquia), à trajetória de um empreendedor ou ainda a um roteiro pessoal para a realização dos próprios desejos.
Numa abordagem mais atual e abrangente, as carreiras podem ser definidas como uma série de experiências relevantes que uma pessoa acumula ao longo da vida, seja dentro ou fora da organização. Ao considerarmos essa abordagem, vem à tona o desafio do suporte à conciliação entre a vida pessoal e profissional dos empregados pelas organizações.
No entanto, apenas 4,3% dos respondentes da mesma pesquisa consideram que ajudar os empregados no equilíbrio entre sua vida pessoal e profissional é um desafio à gestão de pessoas, o que não quer dizer que não seja importante na visão dos empregados. Todavia, a construção das carreiras depende, em certo grau, da iniciativa do trabalhador. Porém, as organizações têm um papel importante em prover recursos para que a carreira se desenvolva; parte desses recursos implica oferecer oportunidades para crescimento e desenvolvimento das competências, bem como o equilíbrio entre vida pessoal e o trabalho dos empregados.
Tornar a gestão de pessoas mais estratégica e menos operacional é o maior desafio para 20,1%, sendo a alternativa mais citada na pesquisa. Pensar nos impactos das decisões atuais no futuro é parte do pensamento estratégico. Nesse sentido, gerir sob o enfoque do desenvolvimento das carreiras dos empregados na organização tende a contribuir nessa transformação.
4,3%
Esse é o índice dos entrevistados que consideram que ajudar os empregados no equilíbrio entre sua vida pessoal e profissional é um desafio à gestão de pessoas
82,6%
dos profissionais de RH acreditam que 2012 será um ano difícil para retenção de talentos
63,6%
consideram que as organizações em que trabalham não possuem líderes suficientes para sustentar a estratégia de crescimento nos próximos três anos
Fonte: http://revistamelhor.uol.com.br/textos/291/em-busca-do-equilibrio-250019-1.asp
Realidade dura, não!
Impressionante. Mas isso é realidade mesmo!
mardemes.wordpress.com